Ubimuseum ISSN 2182-6560
Norway ISSN 2182-6560

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Fonte: Santa Casa da Misericórdia do Fundão, 2017


Em nome da vida, a Misericórdia do Fundão: abertura e contexto
In the name of life, the Mercy of Fundão: openness and context

ANTÓNIO DOS SANTOS PEREIRA
Universidade da Beira Interior, Museu de Lanifícios
University of Beira Interior, Wool Museum

asp@ubi.pt
ler artigo 01

O texto presente reúne a nossa alocução na abertura do Congresso 500 Anos da Misericórdia do Fundão e as notas que a propósito reunimos para a preparação das sessões do mesmo e conclusão. Move-nos a condição humana, a descoberta na história dos momentos maiores do respeito pelo homem, percebemos o incremento do humanismo a partir do século XV em simultâneo à fundação das misericórdias, instrumentos práticos de atuação duma sociedade com mais meios na melhoria dos cuidados assistenciais junto dos deserdados, desamparados e doentes em um movimento de sentido positivo que dura até aos nossos dias, fazendo daquelas os exemplos mais emblemáticos das instituições do atualmente dito Terceiro Setor.


Hospital Real de Todos os Santos: azulejos do museu da Cidade, em Lisboa.
Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (http://www.scml.pt/pt-PT/santa_casa/historia/)


Hospital e Misericórdia: desafios, convergências e oportunidades
Hospital and Mercy: challenges, convergences and opportunities

ANTÓNIO LOURENÇO MARQUES
Universidade da Beira Interior, professor e médico
University of Beira Interior, professor and medical doctor

almargom@gmail.com
ler artigo 02

Insere-se a história do Hospital do Fundão no espírito original que norteou o aparecimento dos hospitais e os fez desenvolver. A medicina mais antiga prescindiu destas instituições, mas coube ao cristianismo, cerca do século V, a sua invenção. As obras de misericórdia, que representam a corporificação da atenção material e espiritual que os cristãos devem dedicar ao próximo, contêm os valores que permitiram edificar tal obra maior, ao longo de séculos, no Ocidente. A própria arquitetura hospitalar, incorporando um claustro para a presença estreita da igreja, foi a solução fecunda. O Hospital do Fundão, mesmo nos anos recentes, continuou a refletir fidelidade a esses princípios originários, sendo exemplo a criação de um serviço pioneiro para doentes incuráveis, os Cuidados Paliativos, em 1992.



Pórtico da antiga igreja da Misericórdia de Lisboa.
Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (http://www.scml.pt/pt-PT/santa_casa/historia/)


Antes da fundação das Misericórdias: pobreza, assistência e solidariedade no Interior Beirão
Before the founding of the Mercies: poverty, assistance and solidarity in the Beira Interior

MARIA DA GRAÇA ANTUNES SILVESTRE VICENTE
Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Centre of History of the Faculty of Letters of the University of Lisbon

Academia Portuguesa da História
Portuguese Academy of History

ler artigo 03

Grande parte da população medieva vivia no limiar da pobreza. Bastava um mau ano agrícola, a passagem de um grupo armado destruindo culturas, roubando gados, aprisionando homens, uma qualquer epidemia e logo engrossava o rol dos pobres e carenciados. A Idade Média foi, também, por toda a cristandade, uma época de intensa caridade, baseada e impulsionada pelos preceitos evangélicos. Movimento caritativo e assistencial, estimulado pelo ideal de caridade e pobreza, aliado à sentida necessidade de garantir a salvação e enfrentar o dia do Juízo. No território que hoje é Portugal, especialmente nas zonas de maior densidade demográfica, mosteiros, igrejas, grandes senhores e particulares, fundaram diversas instituições para albergar e cuidar de pobres, enfermos, crianças abandonadas, viajantes e peregrinos. O movimento caritativo e assistencial acompanhou os primeiros povoadores da Beira Interior. Enquanto arroteavam campos, construíam casas e igrejas, estes fundaram e organizaram algumas instituições de caridade e assistência de que os documentos nos dão um pálido eco.



Misericórdia Nova (c.1906)
Fonte: autor do artigo


Em busca das origens das Misericórdias em geral e da Santa Casa do Fundão em particular
In search of the origins of the Mercies in general and of the Santa Casa do Fundão in particular

JOAQUIM CANDEIAS DA SILVA
Academia Portuguesa da História
Portuguese Academy of History

ler artigo 04

Após uma brevíssima introdução de enquadramento ao tema, tecem-se neste artigo algumas reflexões sobre as origens das Misericórdias em Portugal e de modo particular sobre a Santa Casa de Lisboa, mãe de todas as Santas Casas da Misericórdia, para chegar, a partir daí, às Santas Casas do distrito de Castelo Branco e à provável fundação de cada uma. Procurando ter sempre como referência o Compromisso de 1516, que veio a servir a quase todas elas e que motivou a convocação deste Congresso do “V Centenário”, será então posto todo o enfoque na fundação histórica da Santa Casa da Misericórdia do Fundão.



Misericórdia de Barcelos.
Fonte: Illustração Portugueza, de 1 de junho de 1908


As Misericórdias em 1758: subsídios para a sua história
The Mercies in 1758: subsidies for its history

JOÃO COSME
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Faculty of Letters of the University of Lisbon

ler artigo 05

O levantamento de nove dos quarenta volumes das Memórias Paroquiais de 1758 permitiu identificar, em 825 delas, 88 misericórdias, que espelham a realidade assistencial do pais, em extrapolação, tendo em conta as diferentes províncias em que o país estava então dividido. Corrobora-se que aquelas instituições foram levadas a cabo particularmente no século XVI e a partir de Lisboa em grande percentagem no Alentejo e na Estremadura. Confirma-se ainda que apenas algumas apresentavam ao tempo uma capacidade financeira considerável.



Exemplar de 1685.
Fonte: autores do artigo


O culto a S. Brás e a Misericórdia do Fundão. Devoção, memória e patrimonialização: nota de estudo
The cult of S. Brás and the Mercy of Fundão. Devotion, memory and patrimonialization: study note

PEDRO MIGUEL SALVADO
Investigador do Instituto Universitário de Iberoamerica – Universidade de Salamanca
Researcher at the University Institute of Iberoamerica – University of Salamanca

Diretor do Museu Arqueológico Municipal do Fundão
Director of the Municipal Archaeological Museum of Fundão


JOANA BIZARRO
Arqueóloga, Museu Arqueológico Municipal do Fundão
Archaeologist, Municipal Archaeological Museum of Fundão

ler artigo 06

O hagiotopónimo S. Brás constitui uma referência histórica da paisagem que delimita os horizontes do Fundão e indica a designação do relevo cuja encosta norte se debruça para cidade. Remontando à Proto-história, a modelação antrópica do sítio, materializada nos vestígios de um primitivo povoado amuralhado, durante a Idade Média o monte foi parte do Souto da Merce ou de Alcambar. Datará desse período a edificação de uma capela sob a evocação ao orago, elemento e devoção da paisagem religiosa durante séculos controlada e ativada pela Misericórdia do Fundão. A breve leitura que apresentamos propõe a reinserção deste esquecido monumento no património histórico do Fundão.


Cortejo de Oferendas de 16 de outubro de 1955.
Fonte: Autor do artigo


Os “Cortejos de Oferendas” da Santa Casa da Misericórdia do Fundão, território, identidade, poderes e caridade: uma leitura
The “Offering Courts” of Santa Casa da Misericórdia of Fundão, territory, identity, powers and charity: a reading

PEDRO MIGUEL SALVADO
Investigador do Instituto Universitário de Iberoamerica – Universidade de Salamanca
Researcher at the University Institute of Iberoamerica – University of Salamanca

Diretor do Museu Arqueológico Municipal do Fundão
Director of the Municipal Archaeological Museum of Fundão

ler artigo 07

Os Cortejos de Oferendas, que tiveram lugar no Fundão na década de sessenta do século XX em benefício da sua Misericórdia, foram dos acontecimentos que mais contribuíram para a afirmação da ligação entre a Instituição, a cidade e as comunidades rurais do município. A preparação do evento, surgido como resposta às dificuldades financeiras características desta época, implicava, entre outros aspetos, uma notável organização, de divulgação da iniciativa, de sensibilização, de motivação e de controlo dos discursos transmitidos e das representações cenográficas envolvidas. Para além do seu significado económico, os Cortejos, pela sua grande capacidade mobilizadora e representatividade social, assumiram-se como «símbolo de caridade» e de homogeneidade e harmonia cultural e social do concelho. Uma análise mais detalhada das fontes associadas a estas manifestações cívicas permite-nos apreender o peculiar quadro relacional entre o centro político e a província, com as suas pequenas tensões e palcos que ilustram e vincam a forma subserviente como os poderes se exerciam na sociedade portuguesa durante o salazarismo.



Antigo Hospital da Santa Casa da Misericórdia do Fundão.
Fonte: Santa Casa da Misericórdia do Fundão


A Casa da Misericórdia do Fundão: análise e contextualização arquitetónico-artística
The Santa Casa da Misericórdia of Fundão: analysis and architectural-artistic contextualization

JOANA BALSA DE PINHO
Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL ), Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa
Centre for Literature and Lusophone and European Cultures (CLEPUL), Faculty of Arts, University of Lisbon

ARTIS – Instituto de História da Arte, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa
ARTIS – Institute of Art History, Faculty of Arts, University of Lisbon

joanabalsapinho@gmail.com
ler artigo 08

As confrarias da Misericórdias, instituídas para cumprir as Obras de Misericórdia, consti- tuíram-se, no domínio da sua atividade, como importantes promotoras de diferentes ma- nifestações patrimoniais; neste contexto, destaca-se a Casa da Misericórdia. A Casa da Misericórdia designa os edifícios promovidos pelas confrarias da Misericórdia no con- texto da sua atividade caritativa e consubstanciam a arquitetura construída com uma finalidade assistencial mais relevante durante a Idade Moderna em Portugal. O presente texto procurará identificar e analisar as características arquitetónico-artísticas da Casa da Misericórdia do Fundão, contextualizando-a no âmbito da arquitetura promovida pelas Misericórdias durante a época Moderna e das grandes problemáticas inerentes ao fenómeno arquitetónico nos contextos destas confrarias.



Apresentação da comunicação “Cruzando memórias: arquivos e museus”, por Clara Vaz Pinto.
Fonte: Santa Casa da Misericórdia do Fundão


Cruzando Memórias: arquivos e museus
A experiência na Santa Casa da Misericórdia do Fundão

Crossing Memories: archives and museums
The experience in Santa Casa da Misericórdia of Fundão


CLARA VAZ PINTO
Museu Nacional do Traje
National Museum of the Costume

mntraje@mntraje.dgpc.pt
ler artigo 09

Faz-se a revisitação do projeto de musealização da Santa Casa da Misericórdia do Fundão (SCMF), levada a cabo há três décadas. Percorrem-se os diversos temas que então foram contemplados: as Obras de Misericórdia, a fundação, as instalações, os compromissos e os estatutos, as procissões e os funerais. Acrescentam-se agora as festas e perspetiva-se a atualização daquele projeto tendo em conta as novas valências que, entretanto, a instituição assumiu em resposta às necessidades sociais dos nossos dias: centro de dia e lar, creche, jardim infantil, atividades de tempos livres e exploração agropecuária. Neste trabalho, fica também demonstrada a importância do tratamento do arquivo desta instituição para o melhor conhecimento das dinâmicas da História da Cova da Beira.



José da Cunha Taborda (1829).
Fonte: Biblioteca Nacional Digital (consultar fonte)


José da Cunha Taborda: vida e obra de um fundanense dentro do panorama artístico nacional
José da Cunha Taborda life and work of a ‘fundanense’ within the national artistic panorama

MÓNICA GONÇALVES
Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, bolseira da FCT
University of Lisbon, Faculty of Letters, Fellow of FCT

ler artigo 10

Na presente comunicação, pretendemos divulgar a vida e obra do reputado pintor fun- danense, José da Cunha Taborda, revalorizando, através de um novo olhar, as suas obras que caíram na desmemória coletiva. Cunha Taborda, no seu tempo, foi considerado um dos melhores pintores da corte de D. João VI. Estudou em Roma, voltou formado num novo gosto, o Neoclássico. Foi Segundo Pintor de Câmara e Corte, professor, tradutor e escritor. O seu maior contributo para a nossa História da Arte foi ter acrescentado o primeiro “dicionário” de pintores nacionais e um glossário ao final da obra que traduziu de Michael Angelo Prunetti.


D. Fernão Martins Mascarenhas (1548-1628).
Fonte: Wikipédia (consultar fonte)


As misericórdias do reino do Algarve no tempo de D. Fernando Martins Mascarenhas, bispo da diocese do Algarve entre os reinados de D. Filipe I e D. Filipe II
The mercies of the kingdom of the Algarve in the time of D. Fernando Martins, bishop of the Algarve diocese between the reigns of D. Filipe I and D. Filipe II

JOSÉ ANTÓNIO MARTINS
Mestre em História Medieval pela Faculdade de Letras do Porto, Técnico Superior do Serviço de Património e Museologia da Câmara Municipal de Lagos
Master in Medieval History by the Faculty of Letters of Porto, Senior Official at the Heritage and Museology Department of the Lagos City Hall

jose.martins@cm-lagos.pt
ler artigo 11

Muitas das Misericórdias do Algarve nasceram como Irmandades do Espírito Santo. A Misericórdia de Tavira é referida em 1425 como Albergaria do Espírito Santo e mais tarde como Misericórdia, cerca de 1536. Outras foram fundadas de raiz como a de Lagos em finais do século XV e a de Silves antes de 1529, havendo ainda outras, por iniciativa popular, como a de Portimão em 1585, e a de Faro, eventualmente por iniciativa do prelado, por se considerar que a nova capital do Algarve não podia dispensar uma Misericórdia, ambas fundadas no reinado de D. Filipe I.


Misericórdia de Macau.
Fonte: Fundação Jorge Alvares (consultar fonte)


Caridade e Salvação no Império Português: a Misericórdia de Macau
Charity and Salvation in the Portuguese Empire: the Mercy of Macao

LEONOR DIAZ DE SEABRA
Universidade de Macau, Faculdade de Letras
University of Macao, Faculty of Arts

Ldseabra@hotmail.com

MARIA DE DEUS BEITES MANSO
Universidade de Évora, Departamento de História
University of Évora, Department of History

mariadeusmanso@gmail.com / mdmanso@netcabo.pt
ler artigo 012

Embora as Misericórdias seguissem, ainda na Idade Moderna (sec. XV-XVIII), as atitudes para com a pobreza que caracterizaram a Idade Média, respondiam, já, às necessidades de uma monarquia em afirmação, que se estendia da Península Ibérica (Portugal) a todo o espaço ultramarino. As Misericórdias acabaram por centralizar a assistência e, para isso, tornaram-se grandes angariadoras de meios para a prática da caridade e de apoio às comunidades em que se inseriam. Tal como a colonização portuguesa conheceu muitos sentidos na sua formação e ação para com o “outro”, iremos neste trabalho analisar o papel da Misericórdia de Macau na sociedade colonial macaense. A investigação de que resultou este trabalho teve apoio da FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia e foi concebido em diálogo com o Projeto Pensando Goa uma peculiar biblioteca de língua portuguesa (Fapesp, proc. 2014/415657-8).



Igreja da Misericórdia do Sardoal.
Fonte: autor do artigo


À sombra do convento de Cristo e do debuxo feyto por mão de Castylho: o processo de renovação da igreja da Misericórdia de Sardoal em meados do século XVI
In the shadow of the Christ convent and the debuxo feyto por mão de Castylho [design made by the hand of Castylho]: the process of renewal of the church of the Misericórdia of Sardoal in mid-16th century

RICARDO J. NUNES DA SILVA
Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Instituto de História da Arte (ARTIS) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
School of Applied Arts of the Polytechnic Institute of Castelo Branco, Institute of History of Art (ARTIS) of the Faculty of Arts of the University of Lisbon

ler artigo 13

Por intermédio da investigação documental quinhentistas existente no Arquivo Histórico da Santa Casa da Misericórdia de Sardoal, tornou-se possível clarificar um conjunto de incertezas historiográficas em torno do processo construtivo da igreja da Misericórdia, sobretudo, quanto à sua cronologia e os mestres envolvidos na respetiva empreitada. Desse modo, o elenco documental remanescente revela-nos que a reconstrução da igreja da Misericórdia sardoalense partiu de uma traça elaborada por João de Castilho e a exe- cução da empreitada ficou a cargo de Lucas Fernandes, do pedreiro natural de Coimbra, que arrematou a obra pelo valor de 120.000 reais.


Fábrica de José Mendes Veiga (1762-1817).
Fonte: Museu de Lanifícios da UBI, 2017


José Mendes Veiga (1762-1817), o fundador da Real Fábrica Veiga (Covilhã): alguns dados de enquadramento biográfico
José Mendes Veiga (1762-1817), the founder of the Real Fábrica Veiga (Covilhã): some biographical data

ELISA CALADO PINHEIRO
Universidade da Beira Interior, Museu de Lanifícios
University of Beira Interior, Wool Museum

Ldseabra@hotmail.com
ler artigo 014

Neste ensaio, apresenta-se uma biografia sumária sobre José Mendes Veiga, o fundador da Real Fábrica Veiga da Covilhã, acentuando-se, através da abordagem genealógica, o percurso de uma família cristã-nova beirã, com raízes na cidade da Guarda e no Fundão e que se disseminou desde o Sabugal e Monsanto até Belmonte, vindo a deter uma posição de elevada preponderância na vida económica e social da Covilhã desde o terceiro quartel do séc. XVIII até inícios do séc. XX. José Mendes Veiga acompanhou o desenvolvimento proto-industrial e industrial dos lanifícios covilhanenses e a sua paulatina implantação a nível regional e nacional. Uma primeira versão deste texto foi apresentada na conferência proferida, em 23 de novembro de 2017, no Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior, sob o título: "Evocando José Mendes Veiga (1762- 1817) fundador da Real Fábrica Veiga, no bicentenário da sua morte" no âmbito das comemorações levadas a efeito por esta instituição para assinalar aquela efeméride, uma vez que o edifício principal do complexo fabril da Real Fábrica Veiga é atualmente a sede deste Museu.



Pelourinho e largo da Câmara (atual praça do Município).
Fonte: Imagem gentilmente cedida por António Garcia Borges ao Museu de Lanifícios da UBI, em 2001


A morte em 1883: na rota da lã e dos expostos da Covilhã, entre o tifo, a varíola e outras epidemias
Death in 1883: on the route of wool and of the Covilhã underprivileged, between typhus, smallpox and other epidemics

ANTÓNIO DOS SANTOS PEREIRA
Universidade da Beira Interior
University of Beira Interior

asp@ubi.pt
ler artigo 015

Não tem sido suficientemente notada a crise epidémica de 1883 que assolou o concelho da Covilhã, em particular, e algumas freguesias contíguas dos concelhos de Pampilhosa da Serra, Oliveira do Hospital, Seia e Manteigas. Deixamos aqui os números trágicos que elevaram naquele ano em cerca de um milhar o número de mortes habituais no concelho da Covilhã e em mais de uma centena os da vizinha Manteigas. Em simultâneo, foi-nos possível perceber a estrutura produtiva das diferentes freguesias daquele concelho serrano que nos casos da atual vila do Tortosendo e de Santa Maria da Covilhã já apresentavam um setor industrial considerável no âmbito dos lanifícios.



úmero especial dedicado à Covilhã. ABC. Lisboa. A. 3, S. 1 (jun. 1922)
Fonte: Museu de Lanifícios da UBI, 2017


A Covilhã em 1922 no ABC do Comércio, da Indústria e da Agricultura
Covilhã in 1922 in the ABC do Comércio, da Indústria e da Agricultura

ANTÓNIO DOS SANTOS PEREIRA
Universidade da Beira Interior
University of Beira Interior

asp@ubi.pt
ler artigo 16

Um projeto editorial atento, um periódico que cobre os espaços do país, particularmenteos progressivos em tempos de crise, veio à Covilhã fazer um dos mais perfeitos retratos da cidade. Rocha Martins e Carlos Ferrão, na direção, e Arnaldo Forte, que veio àCovilhã, como redator talentoso, longe dos gabinetes da política, assumem através daimprensa periódica, o estímulo ao progresso pátrio onde ele é mais merecido. A Covilhãde 1922 é considerada uma cidade laboriosa e fecunda. É o tempo dos lanifícios em quemuitas fábricas aproveitavam não só a energia das suas ribeiras, mas também a eletricidade e se equipavam de forma moderna naquilo que os modernistas chamaram a Eradas Máquinas.


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